A Casa Daniel toma nome do poeta Daniel Augusto Faria, que a sonhou nas visitas anuais a S. Pedro das Águias, na companhia de Carlos Moreira Azevedo e de Francisco Jorge Vieira. Está localizada na Quinta da Cruz, local de reserva ecológica, junto da igreja medieval de S. Pedro das Águias, antigo eremitério na freguesia da Granjinha, concelho de Tabuaço.

A Casa Daniel nasce da recuperação de duas casas abandonadas e em ruínas. O “pequeno sonho de uma janela para abrir” transforma-se no abrigo da descoberta da realidade da Casa onde “a porta mora à espera” e “a luz entra sempre de noite”.

Para iniciar esta Associação, Carlos Moreira Azevedo, à data bispo auxiliar de Lisboa, oferece o terreno e o projeto e colocará a sua biblioteca de espiritualidade na Casa.

Localização

Vale do rio Távora, na sua margem esquerda, encosta com exposição a sul e forte declive, com desnível máximo de cerca de 100 m nos seus extremos, desde a cota da Estrada Nacional 323, km 49 (que liga Tabuaço a moimenta) até ao caminho municipal que lhe serve de acesso EM 1116.

Tem uma área aproximada de 6 ha e está classificada, de acordo com o PDM de Tabuaço como espaço natural e está integrada em zona de Reseva Ecológica Nacional.

Situa-se na periferia do núcleo habitacional da Granjinha e do local evidencia-se a presença próxima da Igreja românica de S. Pedro das Águias.

Da topografia acentuada, evidenciam-se os fortes maciços graníticos, que moldam a paisagem.

Pré-existências

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A Quinta da Cruz, nome pelo qual é referenciado o local, terá tido uma certa importância, tendo em conta a área total existente, tanto agrícola como florestal. São ainda evidentes os sinais recentes da sua ocupação com atividades agrícolas os socalcos, a vinha, a levada que traz água da mina até à casa, a existência de árvores fruto, como a oliveira, a laranjeira e árvores e arbustos decorativos.

Das construções primitivas existentes e que se pretendem recuperar, destacam-se dois edifícios principais de maior volumetria, evidenciando-se no entanto, pequenas outras edificações, provavelmente para os animais, construídas de forma perfeitamente orgânica, tirando partido da topografia existente, nomeadamente de brechas entre os grandes maciços graníticos existentes.

São evidentemente, construções ligadas às atividades agrícolas, com as zonas térreas, destinadas aos animais, por isso os seus pés direitos reduzidos, sendo os pisos superiores destinados a habitação, provavelmente dos caseiros que tratariam das terras.

São construções simples, em alvenaria de pedra, semelhantes a muitas outras, com estrutura do piso e cobertura em madeira, tendo sofrido ao longo do tempo, ampliações e alterações em função das prováveis necessidades da família.

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O uso previsto para as construções a recuperar é o residencial, embora com características diferentes das originárias.

A agricultura não é decididamente a actividade a preservar, mas sim a profunda ligação com a natureza, que aqui se pode desfrutar de uma forma tranquila e apaziguadora.

A proximidade à Igreja de S. Pedro das Águias, importante exemplo do românico português, que se descobre por entre as escarpas de granito, confere uma atmosfera especial ao local, sendo um dos factores cruciais para a implantação da casa como um centro de espiritualidade.

Edifício Principal (Casa 1)

É de entre as três edificações a reabilitar, a primeira que nos surge, na cota mais baixa, perto do caminho público, será o edifício principal, casa mãe, e nela decorrerão as actividades sociais, de lazer, trabalho, e será o espaço afecto ao residente.

Do programa fazem parte:

  1. Cozinha
  2. zona de comer/estar
  3. escritório
  4. instalação sanitária é no piso térreo
  5. zona de estar/biblioteca
  6. quarto residente
  7. instalação sanitária.

Edifício Anexo (Casa 2)

É a área residencial, localiza-se numa cota mais elevada, mais afastada das zonas sociais e do caminho público e por isso mais tranquila.

Do programa fazem parte:

  1. quartos simples com instalação sanitária (seis no total)
  2. quarto duplo com instalação sanitária.

Oratório

A escolha do local de implantação, resulta, por um lado do aproveitamento das ruínas existentes, mas sem dúvida pela especificidade do local, este é um ponto notável do terreno, que se demarca.

O pequeno espaço proposto, de alguma forma inspirado na igreja do mosteiro, é um espaço intimista, quase pessoal e de reflexão. É basicamente um espaço vertical, que se enraíza profundamente na terra, mas que se abre superiormente, deixando penetrar a luz zenital.